De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente uma em cada três crianças no Brasil, entre 5 e 9 anos, está pesando mais do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
A obesidade infantil é um problema grave para a saúde pública e deve ser tratada ainda na infância, já que 80% dos adolescentes obesos permanecem com esse peso na vida adulta. Veja o que pode ser feito para evitar a obesidade nas crianças.
Leia também: Treinos de musculação
Obesidade infantil é quando uma criança de até 12 anos está acima do peso ideal para sua idade e altura. O diagnóstico geralmente é feito baseado no índice de massa corporal (IMC).
A obesidade infantil pode afetar muito suas vidas, além de poder desencadear outros problemas de saúde, como diabetes, colesterol alto e hipertensão. Portanto, quanto mais rápido for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhor.
Para saber se uma criança está acima do peso recomendado ou com obesidade, é necessário fazer a conta do IMC. Para adultos, normalmente, as medidas são específicas: IMC entre 18,5 e 25 é normal, enquanto acima de 25 já representa sobrepeso e além de 30 já é obesidade.
Porém, para crianças, essas faixas não se aplicam, e podem inclusive causar a falsa ilusão de que a criança está saudável, quando na verdade ela pode já estar com obesidade infantil.
As faixas de IMC para as crianças mudam de acordo com a idade e o sexo, e para orientar os médicos existem tabelas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para fazer esse cálculo.
A alimentação da criança e a quantidade de exercícios físicos que ela pratica são fatores determinantes para o aparecimento da obesidade infantil, ainda que exista histórico familiar do problema. Ficar atento a esses hábitos pode ajudar a prevenir a condição pela vida toda.
Alguns dos outros fatores que também podem aumentar o risco de obesidade infantil e na adolescência são:
Crianças obesas podem ter a saúde muito comprometida, criando tendências a desenvolver problemas como diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol alto, alta taxa de triglicérides, etc. As principais consequências da obesidade infantil (e de suas complicações) são:
Como garantir uma infância mais saudável e menos propensa à obesidade? Confira abaixo algumas sugestões:
1 - Gravidez planejada: Um pré-natal adequado reflete no peso e na saúde da criança. Tabagismo, obesidade materna e diabetes gestacional estão ligados a quilos extras na infância.
2 - Aleitamento materno: Estudos associam a amamentação à prevenção da obesidade infantil. A recomendação é seguir o aleitamento exclusivo até os 6 meses e com alimentação complementar até os 2 anos.
3 - Cardápio bacana: As crianças devem consumir cinco porções de frutas e verduras todos os dias, assim como água à vontade. Reduza salgadinhos e biscoitos: comida feita em casa é sempre melhor.
4 - Remédio com critério: Isso vale sobretudo para antibióticos. Seu uso antes dos 2 anos e por mais de três ocasiões eleva em 25% o risco de obesidade mais à frente. Nada de medicar a criança sem orientação profissional.
5 - Corpo em movimento: Criança tem que jogar bola, andar de bicicleta, passear com o cachorro. Brincar ou praticar uma atividade física pelo menos uma hora todos os dias deve ser parte da rotina.
6 - Bom senso nas telas: A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta não expor a criança à televisão, celular ou tablet antes dos 2 anos. Depois disso, a sugestão é passar no máximo duas horas por dia em frente a uma tela.
Estudos sugerem que, ao chegar aos 18 anos, um jovem de hoje poderá ter passado três anos em frente a uma tela de televisão, um celular ou um tablet. Não espanta, assim, que as brincadeiras e as atividades que botam o corpo em movimento fiquem em segundo plano.
7 - É hora de dormir: A privação de sono pode aumentar o apetite e a preferência por alimentos calóricos. Estabeleça horários e lembre-se de que a soneca do dia não compensa o repouso noturno.
8 - Educar e inspirar: Exemplo e informação ajudam a forjar bons hábitos. Cultivar uma horta e convidar a criança a cozinhar junto permite criar uma relação mais equilibrada com a comida.
Veja também: Como perder peso?
A prevenção é a melhor forma de evitar a obesidade infantil, entretanto, quando a criança já está com excesso de peso, o tratamento deve ser feito com uma mudança no estilo de vida, com a reeducação alimentar aliada à prática de exercícios físicos.
Vale ressaltar que este não é um processo fácil para a criança, principalmente quando ela está acostumada aos maus hábitos. Além disso, a criança é influenciada pelo comportamento e padrão alimentar dos pais ou responsáveis, portanto, a participação e incentivo deles é essencial para que se obtenham os resultados desejados contra a obesidade infantil.
O tratamento da obesidade é complexo e envolve várias especialidades da saúde. Não existe nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida.
Há várias opções de tratamentos para obesidade infantil e o sobrepeso. Quanto maior o grau de excesso de peso, maior a gravidade da doença.
Para as crianças e adolescentes que estão acima do peso recomendado ou com obesidade leve, sem risco de desenvolver outras doenças, pode ser recomendada apenas a manutenção.
Isso porque o crescimento da criança pode fazer com que ela entre numa faixa de IMC saudável, sem necessariamente precisar emagrecer.
Já para crianças com obesidade instalada e risco de desenvolver outras doenças, a perda de peso é recomendada. O emagrecimento deve ser lento e constante, e os métodos são os mesmos adotados para adultos – ou seja, comer uma dieta saudável e praticar exercícios.
O sucesso depende em grande parte de seu compromisso de ajudar seu filho ou filha a fazer essas mudanças. Então, comece a preparar as refeições em casa e vá caminhar com seus filhos até a pracinha do bairro ou andar de bicicleta! Viva de forma mais saudável!
Compartilhar:
Leia também: